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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Independência ou feriadão?


Independência: sf (in+dependência) Estado ou qualidade de independente; Libertação, restituição ao estado livre; autonomia. 
A definição do dicionário é técnica, fria. Quando o Brasil comemora 190 anos, vivemos um momento de afirmação. Economia em alta, empregos crescendo, empresas se desenvolvendo, mercado aquecido. As classes mais baixas minguam, a classe média cresce. Estamos, depois de dois séculos, nos tornando independentes. 
Sete de setembro: descontadas as iniciativas oficiais (que não são iniciativa, senão obrigação), nada acontece. Nenhum anúncio no jornal, no rádio ou na TV exalta essa data. As pessoas passam ao largo de qualquer celebração, preocupadas apenas em usufruir do feriadão. Ninguém levanta uma bandeira, ninguém veste verde-amarelo. Nenhuma reflexão ou avaliação sobre como chegamos até aqui ou o que faremos daqui para frente.
Em plena campanha eleitoral, que define o futuro de nossas cidades - a primeira e mais importante célula do tecido social - só o que percebemos é indiferença. Políticos são corruptos, política não presta. 
Na verdade, perdemos a noção de cidadania, pátria e comunidade. Confundimos povo e nação com governo. Temos vergonha ou ódio daqueles que nos governam e confundimos isso com país. O Brasil não tem culpa das nossas escolhas, mas sofre suas consequências. Vendemos nosso poder de decisão - ou pior, não o valorizamos - e depois nos quedamos frustrados com os rumos que aqueles a quem concedemos o poder de decidir dão ao nosso país. O gremista não vota no colorado e o colorado não vota no gremista. Mas o que futebol tem a ver com os destinos do Brasil? Depois vociferamos impropérios na frente da televisão, indignados com as falcatruas que desfilam na nossa sala. Lembre-se: você quis assim. Mas agora não é hora de pensar nisso.O feriadão nos espera!